Crítica | Capitão América: Guerra Civil
Imagine pegar um jacaré e impor regras nele, além disso rastrear todos os seus passos. É isso que acontece em "Capitão América: Guerra Civil". Após os eventos de "Vingadores: Era de Ultron", os heróis passam a perceber as consequências dos seus atos, pois há muitas vítimas dos efeitos colaterais causados pelos confrontos catastróficos com os vilões que tentam destruir ou controlar a Terra.
A motivação de Tony Stark (Robert Downey Jr.) pode parecer um tanto rasa no princípio, mas ao decorrer da trama ele apenas reage aos eventos e Steve Rogers (Chris Evans) cria o confronto ao acreditar em Bucky Barnes/Soldado Invernal (Sebastian Stan).
Neste filme, Tony Stark está mais frio e amargurado devido aos acontecimentos em sua vida – ficando muito mais contido nas piadinhas e ironias que fazem parte do espírito do personagem. Ele deixa de ser o alívio cômico e se torna a voz da razão, deixando as piadinhas para dois personagens: o Homem-Aranha (Tom Holland) e o Homem-Formiga (Paul Rudd), novas e poderosas adições.
Após a divisão chega o momento da apresentação de uma das maiores expectativas do filme, o Homem-Aranha. Diferente do Pantera Negra (Chadwick Boseman), que teve alguns breves momentos e foi apresentado ao decorrer do primeiro ato, Peter Parker tem um momento só seu, e quando aparece escrito “Queens” na tela, já é o suficiente para levar os fãs a loucura.
O Homem-Aranha não tem uma origem apresentada, ele é introduzido a trama de uma maneira bem rápida, com Tony Stark fazendo a vez dos fãs mais leigos, fazendo as perguntas chaves ao cabeça de teia. Uma coisa é certa, Tom Holland é o melhor Homem Aranha do cinema.
O principal destaque do elenco está em Chadwick Boseman, que brilha como T’Challa (o Pantera Negra). Seu personagem é o mais interessante e mais sério do filme, com uma importante narrativa que abre as portas para o filme solo do personagem. O ator abraçou o papel com unhas e dentes, um grande acerto.
Paul Bettany e Elizabeth Olsen dividem o mesmo arco com seus personagens, o Visão e a Feiticeira Escarlate. É interessante a química entre os atores e a interação em tela, se tornando um dos pontos positivos do filme.
Como nem tudo são flores e brincadeiras, o terceiro ato pode incomodar alguns fãs que esperam o humor de sempre, a fotográfica fica escura, a trama é inundada por um clima sombrio, e as coisas parecem muito mais sérias.
E tem vilão? Sim, Barão Zemo (Daniel Brühl) será o orquestrador de tudo que acontece de ruim na vida dos personagens. O filme é um grande tabuleiro de xadrez de Zemo.
Apesar de não ser inovador ou revolucionário, "Capitão América: Guerra Civil" é a prova que a Marvel tem total controle de seu universo e sabe dar ao público o que ele quer. Após um conturbado "Vingadores 2: Era de Ultron", o filme dá um gás muito maior aos filmes do estúdio e empolga na expectativa por tudo o que ainda virá pela frente.
Capitão América: Guerra Civil
Direção: Anthony Russo, Joe Russo.
Elenco: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson, Sebastian Stan, Paul Rudd, Tom Holland, Chadwick Boseman, Elizabeth Olsen e Paul Bettany.
Gêneros: Ação, Fantasia
NOTA: 4,3/5
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