Angry Birds se resume em personagens fofos, boas piadas, boas músicas e pouca história

Por: Paulo Corrêa

Tal como todos já esperavam, "Angry Birds" é  um filme muito jovial e alegre que certamente irá fornecer a todos aqueles que o virem uma esperada e agradável dose de boa disposição graças às múltiplas palhaçadas dos pássaros.

No filme acompanhamos Red (dublado no Brasil, por Marcelo Adnet e, em inglês, por Jason Sudeikis), um órfão que vive excluído do restante da cidade e sempre com raiva. Red sofreu bullying, enquanto era criança, e por isso guarda um certo rancor da população. Após algumas atitudes ilegais Red é condenado a fazer um curso contra a raiva. No curso da professora Matilda (dublado no Brasil, por Dani Calabresa e, em inglês, por Maya Rudolph) ele conhece Chuck (dublado no Brasil, por Fábio Porchat e, em inglês, por Josh Gad), Bomba (dublado no Brasil, por Mauro Ramos e, em inglês, por Danny McBride) com uma peculiar característica de explodir quando é fica tenso e Terence, um parrudo pássaro de poucos amigos e “dublado” por Sean Penn na versão original. Mas mesmo com este curso, Red não se encaixa no que é esperando para um pássaro. Porém está vida idílica está para ter seus dias contados. Um dia, um barco vindo não se sabe lá de onde aporta em uma praia da ilha e surgem de dentro dele os porcos.

Até este momento há uma linha narrativa, há uma motivação, há situações engraçadas. Chega a empolgar até. Porém, o que se vê a partir daqui é uma animação tecnicamente muito boa, que utiliza elementos para fazer o público gastar (desnecessariamente) uns níqueis a mais nas salas 3D, mas que tem uma trama muito fina, que vai se desgastando ao longo de seus 91 minutos e por pouco não rasga. Após a chegada dos porcos a ilha se encanta com a gentiliza deles e conhecem o maior vilão do filme: Leonard (dublado no Brasil, por Guilherme Briggs e, em inglês, por Bill Hader). A trilha sonora do filme vai de Rick Astley a Scorpions, ou de Demi Lovato a Black Sabbath. É uma ótima trilha e envolve o personagem na cena.

Essa história criada por Jon Vitti conseguiu ser boa, apesar dos pouquíssimos elementos que o jogo original fornece. Jon, apesar de criar um roteiro simples, elaborou de uma forma que fica a animação fica divertida para as crianças, por causa do seu ritmo e visual, mas também é engraçada para os adultos por causa das tiradas que vire e mexe uma das personagens faz.

O visual do filme é fantástico. Os detalhes do filme – penas, água, pedras, nuvens, árvores – demonstram como se teve um cuidado com todos os aspectos desta produção. É um trabalho muito bem realizado pelo diretor de arte, Pete Oswald. Pete, como os diretores, também estreia na função nesse trabalho.

Ser fosse para comparar, numa escala cinematográfica em que Divertida Mente poderia ser um Charles Chaplin, Angry Birds conseguiria no máximo ser um Adam Sandler. Tem quem goste, é possível dar risadas, deve fazer dinheiro, mas está longe de ser um clássico do cinema.

Angry Birds: O Filme 
Direção: Clay Kaytis e Fergal Reilly
Roteiro: Jon Vitti
Elenco com as vozes brasileiras: Marcelo Adnet, Fábio Porchat, Dani Calabresa, Guilherme Briggs, Mauro Ramos, Pathy Dos Reis e Irmãos Piologo.
Duração: 95 min

NOTA: 3,5/5


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