Novos Baianos estreiam em São Paulo sua nova turnê "Acabou Chorare os Novos Baianos se encontram"


Os Novos Baianos - Moraes Moreira, Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor, Luiz Galvão - voltam a pegar a estrada com uma nova turnê “Acabou Chorare os Novos Baianos se encontram”. Com duas apresentações em São Paulo, dias 12 e 13 de agosto, o palco do Citibank Hall será a partida para turnê Nacional, que marca o retorno da banda após 17 anos de hiato. Em seguida o grupo se apresenta no Metropolitan, dias 02 e 03 de setembro no Rio de Janeiro; e em Belo Horizonte, dia 10 de setembro no BH HALL.

São raras as bandas que podem dizer que suas músicas atravessam diversas gerações, como os Novos Baianos. O grupo teve seu apogeu nos anos 70, ápice da ditadura militar e de um cenário de repressão e censura. Como em um trecho da música “Anos 70” que leva o nome do período, não à toa, uma das canções de maior sucesso e um verdadeiro hino da época, apesar das dificuldades enfrentadas, eles acabaram “deixando marcas na imagem e no som”. De lá pra cá, sucessivas gerações de artistas e fãs seguem ouvindo e sendo influenciadas pela modernidade presente em hits como "O Samba da Minha Terra", "Preta Pretinha”, “Brasil Pandeiro”, “Acabou Chorare”, “Mistério do Planeta” e “A Menina Dança”, todos essas e tantas outras estarão no repertório da nova turnê.

Seus trabalhos são atuais em todos os tipos de análises possíveis, soam contemporâneos musical e historicamente. Em virtude disso, em 2007, a edição brasileira da Revista Rolling Stone convocou estudiosos, produtores e jornalistas para eleger os maiores discos da nossa música em todos os tempos. “Acabou Chorare” foi eleito o melhor.

É interessante como a contemporaneidade da arte os torna atemporais. Os “novos” Novos Baianos permanecem tão joviais quanto aqueles amigos que, inspirados no movimento Tropicália dos anos 60, se levantaram diante das injustiças e usaram suas músicas como maneira de se expressar. Talvez o destino tenha feito tudo isso pensado: o começo, o conceito, o hiato e a volta. O mesmo destino que Moraes sabiamente analisou em carta aberta aos fãs:
“O destino fez seus planos, os laços das idéias e dos ideais nos fizeram irmãos. Somos um todo, a soma das partes, no oficio das artes. Por mais que a vida nos leve por caminhos diversos, o tempo se incumbe de promover encontros e reencontros. É bom que assim seja, pois quando acontece, é de forma intensa e verdadeira. Podemos então matar a saudade de uns e a curiosidade de outros”.


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